Você já ouviu falar em lipedema?
- Alessandra Medeiros
- 14 de out. de 2024
- 2 min de leitura
O lipedema é uma doença crônica que afeta principalmente mulheres, caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura, principalmente nas pernas, coxas e quadris, gerando inchaço e dor.
Muitas vezes confundido com obesidade ou linfedema, estima-se que o lipedema atinja cerca de 10 a 15% das mulheres e trata-se de uma condição que costuma causar dor, sensibilidade ao toque, hematomas frequentes, flacidez de pele, celulite excessiva, nódulos palpáveis de gordura, dificuldade de ganho e definição muscular.
Historicamente, as pacientes acometidas pelo lipedema sempre foram definidas como de biotipo maior, constituição genética da família e "ossos largos". Porém, sabe-se atualmente que esta não é uma condição meramente estética e que o lipedema vai muito além de uma característica da gordura também.
Hoje essa doença é considerada uma doença metabólica e do tecido conjuntivo, e a gordura do lipedema forma traves de fibrose e é metabolicamente ativa, e relacionada a outras alterações, tendo inclusive correlação com algumas doenças auto-imunes.
Portanto, o tratamento clínico do lipedema é indispensável e multidisciplinar, e a paciente portadora de lipedema jamais deve partir precocemente para o tratamento estético de cirurgia plástica, pois os resultados se tornam ruins a longo prazo, e os gatilhos da doença permanecem.
O tratamento clínico do lipedema envolve 6 pilares principais:
Educação em saúde: é fundamental que a paciente conheça sobre a doença e sobre seu corpo, pois a manifestação do lipedema em cada indivíduo é única.
Alimentação: a nutrição no lipedema está diretamente ligada a períodos de piora da doença, com piora dos sintomas e do aspecto da pele, caso seja uma dieta inflamatória, com produtos artificiais, industrializados e ultraprocessados. Já por outro lado, uma dieta rica em alimentos antiinflamatórios e antioxidantes, com comida de verdade, costuma melhorar muitos os sintomas do quadro.
Fisioterapia vascular: outro pilar essencial, pois com manobras de fisioterapia, drenagem linfática, terapias compressivas é possível reduzir dor, diminuir fibrose e melhorar o aspecto da pele.
Exercícios físicos: atividade física deve ser companheira da paciente portadora de lipedema, e ela deve, em conjunto com o educador físico, encontrar a atividade que mais lhe faz bem e criar um hábito contínuo na sua prática
Suplementação e medicação: existem muitos medicamentos e suplementos com fins de melhora do grau de inflamação no organismo, que, associados as outras medidas, melhoram em muito os sintomas e sinais da doença.
Saúde mental e sono: equilíbrio mental e descanso fazem parte das medidas para um organismo menos inflamado e mais bem disposto, e todos esses aspectos devem ser trabalhados no lipedema.
Com um tratamento adequado, é possível controlar o lipedema e melhorar significativamente a qualidade de vida
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